Os dragões em a Odisseia dos Reinos da Morte

Publicado em 24 de março de 2022

Alexandre Aleixo, supervisor de roteiro da série, conta um pouco sobre os seres místicos.

 

Uma das partes mais trabalhosas e divertidas de criar um universo de fantasia é o momento de construir o sistema social e raças mágicas daquele mundo. Em a Odisseia, os dragões foram um desafio particularmente curioso, pois como o autor Caca Gontijo já possuía um bestiário cheio dessas criaturas, ficou claro desde o início que os dragões precisavam ter alguma característica única. Nós apostamos não apenas na escala de tamanho, visto que não há nada maior do que os dragões neste universo (e quem leu o volume 2 sabe bem do que estamos falando), mas também a aparência deles tinha que vir com um design bem estilizado. Como ainda não avançamos tanto na história vale a pena deixar o leitor na expectativa quanto a aparência deles. Provavelmente o desenhista por trás da arte, Carlos Júnior, seria a pessoa mais adequada para explicar essa questão.

Os dragões em a Odisseia são criaturas dos elementos, logo não há apenas um tipo. Eles são: dragões do fogo, água, terra, ar, luz e sombra, sendo estes últimos os dragões mais temíveis de todos e seu antigo rei, Maerkor, a criatura mais assustadora do universo que colocava medo em todos que lembravam do terror dele.

Maekor
Maekor

Os dragões são centrais para a aventura e o leitor vai descobrir que para entender a jornada de Zac é preciso compreender todo o sistema social de castas entre os dragões, sua história e a relação conturbada dos dragões com as demais raças.

O sistema de castas entre os dragões, a princípio, é simples como qualquer predador do topo da cadeia alimentar. O maior tem mais poder, de fato funciona dessa forma, mas os dragões são mais do que isso, os dragões em a Odisseia são organizados em uma monarquia.

Durante o regime de Unwelvald, antes dele ser derrotado em uma revolta, o rei do dragões era Maerkor O Sombrio, maior e mais poderoso do que os outros, Maerkor era a principal razão para os reinos do mundo se curvarem ao necromante, nenhum mago era capaz de subjugá-lo e impérios inteiros eram destroçados aos montes pelo poder dele.

Ao controlar o rei dos dragões, Unwelvald possuía um exército dessas criaturas, mas os dragões não eram tão fiéis a Maerkor. Como explicado na introdução da aventura, os reis das raças humanas sabiam da antipatia da maioria dos dragões para com seu rei e tendo como seu maior concorrente o usurpador Krodat, um dragão gigantesco de três cabeças e que tinha como objetivo retirar os dragões dos conflitos humanos.

Krodat.
Krodat.

 

Na lore da Odisseia, Maerkor era um rei servo que seguia ordens de um necromante. Dragões são criaturas orgulhosas e, como os leitores vão perceber, eles são rancorosos porque na história eram usados como máquinas de matar nas guerras humanas, vistos como animais, montados feito cavalos.

Ao contrário da maioria de universos de fantasia que coloca os dragões como criaturas que servem a vontade humana, ou são reduzidos a meras criaturas selvagens de imenso poder e zero intelecto, os dragões da Odisseia são poderosos de corpo e mente. Na cronologia da guerra que Unwelvald foi derrotado, os reis humanos cientes de que Maerkor era mal visto pelos seus súditos fizeram um acordo com Krodat, o único dragão até então que era uma ameaça. Vale uma reflexão aqui, pois todo macho alfa tem seu concorrente. Krodat ao contrário de Maerkor não seria um rei próximo da humanidade, o plano dos revoltosos era retirar os dragões da equação e sem a proteção desses monstros, o exército de Unwelvald poderia finalmente ser derrotado.

Foram dez longos anos de guerra, mas enfim Krodat e seus aliados destruíram Maerkor e o necromante perdeu seu maior trunfo de opressão e guerra.

 

Mas em a Odisseia, o poder deles é ainda maior do que suas longas asas e seu hálito mortal. Os dragões são os únicos capazes de produzir o cristal do leito da fúria – uma gema de puro poder. Um cristal assim, é como uma bateria de magia, no caso de alguém precisar de um reforço extra para realizar um feitiço, como por exemplo, ressuscitar um certo poder antigo ou manter uma cidade inteira bem abastecida de poder mágico. É de se esperar que, se os dragões são os únicos que produzem os cristais, eles serão os alvos de todo tipo de ganância.

Cansados e furiosos da cobiça humana, não era uma surpresa que o rei Krodat liderasse os dragões contra a raça humana. Os dragões e sua política ainda serão de extrema importância em a Odisseia dos Reinos da Morte.

 

Mas isto é uma conversa para o futuro e como Zac e os amigos vão fazer para impedir Unwelvald de recuperar seu antigo poder. O próximo volume da Odisseia estreia em março e nele a relação entre dragões e humanos vai ser melhor explicada.

Não deixe de as primeiras edições porque essa aventura continua e está mais interessante do que nunca.


Alexandre Aleixo é supervisor de roteiro da série A Odisseia dos Reinos da Morte e Roteirista de Wardogs Chronicles, desenvolvidas pelo estúdio Eleven Dragons.

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